Grupo de organizações feministas lança boletim sobre justiça reprodutiva em tempos de pandemia

A publicação bimestral “Futuro do Cuidado – Justiça Reprodutiva em Tempos de Covid-19” pretende disseminar conteúdo sobre direitos sexuais e reprodutivos neste momento de crise.

Diante da crise sanitária imposta pela COVID-19 e do avanço do conservadorismo no país, coletivos feministas que trabalham com comunicação se organizaram para disseminar informações qualificadas sobre saúde e direitos sexuais e reprodutivos. O boletim “Futuro do Cuidado – Justiça Reprodutiva em Tempos de Covid-19”, inaugurado hoje, tem como objetivo reafirmar a importância da garantia desses direitos ainda mais em tempos de grandes incertezas.
“Por qualquer ótica que olhemos, sanitária, econômica ou política, a crise que enfrentamos é uma crise da reprodução da vida. Por isso, não há como falar em saídas para o momento atual sem colocar os temas de justiça reprodutiva no centro das análises e das respostas. O boletim reúne, ao mesmo tempo, informação confiável e uma proposta para o necessário agendamento político desses temas”, explica Gabriela Rondon, advogada da Anis – Instituto de Bioética. 

Na edição de agosto, a publicação aborda novas descobertas científicas como o risco de transmissão da covid-19 da gestante para o feto e discute a alta notificação de mortes maternas no Brasil durante a pandemia que, segundo estudo publicado no International Journal of Gynecology and Obstetrics, corresponde a quase 80% das mortes mundiais registradas. Para acessar o boletim entre no site: http://futurodocuidado.org.br/

Esta não é a primeira vez que o grupo se reúne para produzir conteúdo em defesa das mulheres e de todas as pessoas que possam gestar. Em 2018, os mesmos coletivos ajudaram a construir o Festival pela Vida das Mulheres, em Brasília, durante a Audiência Pública sobre a ADPF 442, ação que pede a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação. O Festival promoveu oficinas, debates e disseminou materiais diversos com informações sobre direitos sexuais e reprodutivos.