Fundamentada pelo Capítulo II, artigo 16 a 24 do Estatuto da Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos – Rede Feminista de Saúde, e por deliberação do Conselho Diretor, ficam convocadas as filiadas da entidade para sua Assembleia Geral Extraordinária a realizar-se no dia 24 de maio de 2025, online através da plataforma zoom, com a finalidade de:

a) Aprovar mudança Estatutária da entidade;

b) Diretrizes para planejar as atividades e parcerias da RFS para 2025/2026.

Estão habilitadas para participar da Assembleia todas as filiadas até a presente data.

As delegadas, com direito a voto, em número de uma por estado com regional constituída e em funcionamento, deverão ser eleitas em Assembleias Estaduais convocadas pela Coordenação da Regional da Rede Feminista de Saúde.

A indicação de delegada regional deverá ser encaminhada por e-mail para a Secretaria Executiva ( redefeminista@gmail.com) até dia 23 de maio de 2025 às 14h, para integrar a representação na Assembleia Geral Extraordinária.

Onde não houver regional, caberá ao Colegiado convocar as filiadas para assembleia geral extraordinária, tendo direito a voto uma por estado.

Em caso de dúvida, deverá ser consultado o Estatuto Social da Entidade, que se encontra disponível no site www.redesaude.org.br.


No dia 22 de abril de 2025 foi entregue ao Ministro da Saúde Alexandre Padilha o Manifesto Intergrado da Sociedade Civil Organizada para a urgente qualificação da Atenção ao Parto e Redução da Morbimortalidade Materna e Neonatal no Brasil.

Representando a sociedade civil, a Rede Feminista de Saúde, a Abenfo e a Rehuna solicitaram ao ministro a formalização de um Grupo de Trabalho conjunto para construir a Reforma Obstétrica no país com a mudança do modelo assistencial e fortalecimento da atuação da enfermagem obstétrica.

O manifesto completo pode ser acessado neste link : https://www.redesaude.org.br/wp-content/uploads/2025/04/REFORMA-OBSTETRICA-NO-BRASIL-JA-ATUALIZACAO-FEV-2025-F.-2.pdf.

A Rede Feminista de Saúde convoca suas integrantes para irem às ruas neste mês de março de luta das mulheres, denunciando a violência machista crescente no país, as políticas da extrema direita reacionária como a imposição de gravidez infantil, as jornadas de trabalho abusivas que se combinam com o trabalho doméstico, colocando mais sobrecarga física e mental às mulheres, o negacionismo climático e a crise humanitária mundial.
Defendemos os Direitos Sexuais, Direitos Reprodutivos e Atenção Integral à Saúde de todas as mulheres. Lutamos por direitos sexuais e reprodutivos, com ênfase no acesso a contracepção, aborto legal seguro, e sua descriminalização, a redução da mortalidade materna e da violência obstétrica, como também ao acesso a serviços de saúde na área da reprodução humana. É crucial que o governo assegure o acesso universal aos serviços de saúde sexual e reprodutiva e garanta o acesso ao aborto nos casos previstos em lei. Além disso, é necessário garantir uma atenção integral à saúde das mulheres vivendo com HIV, incluindo acesso a alimentos saudáveis, emprego, moradia e tratamento contínuo para o HIV e comorbidades, com foco também no apoio à saúde mental, campanhas de prevenção e garantia de insumos e medicamentos, bem como, seguridade e previdência social.

Vamos juntas exigir medidas efetivas dos governos para enfrentar estas e outras demandas das mulheres.

PELA VIDA DAS MULHERES, POR DIREITOS, ENFRENTANDO A EXTREMA DIREITA E O CAPITAL.

Aborto legal, seguro, gratuito e justiça reprodutiva! Criança não é mãe!

Mais mulheres na política!

Fim das violências e da cultura do estupro! Não ao feminicídio, transfeminicídio e lesbocídio!

Reconhecimento dos trabalhos de cuidado, historicamente exercidos pelas mulheres e não recompensados e reconhecidos!

Combater a fome: Por soberania e segurança alimentar, reforma agrária para que tenhamos comida sem veneno acessível a todas as pessoas!

Denunciar os governos: Por moradia digna, saneamento básico e justiça climática!

Fim do racismo, violência policial, encarceramento em massa e por uma educação laica!

Em apoio à luta antimanicomial e defesa de uma vida que priorize o autocuidado e cuidado coletivo, a saúde mental e desenvolvimento pessoal e comunitário!

Demarcação das terras indígenas e quilombolas e reconhecimento de outras formas de bem viver!

Fim da escala 6×1 e ajuste fiscal!

Solidariedade a luta das mulheres palestinas contra o genocídio!

Radicalização da democracia, sem anistia e privilégios para políticos!

Com muita preocupação recebemos a notícia acerca da extinção da Secretaria da Mulher de Londrina, uma das mais antigas do país. Desde a criação da então Coordenadoria da Mulher, em 1993, o Órgão foi ampliando sua estrutura e, em razão dos trabalhos desenvolvidos em prol da igualdade de gênero, se tornou referência para o Brasil na implementação de políticas públicas para as Mulheres.
O anúncio da incorporação da Pasta à nova Secretaria de Família e Desenvolvimento Social nos chega três dias após a ocorrência de mais um feminicídio na cidade, o que nos causa grande indignação. Vale lembrar que, para além da assistência, a Política Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres estabelece mais três eixos de atuação: punição, prevenção e garantia de direitos.
Neste sentido, ao longo de mais de 30 anos, o município de Londrina estruturou importantes serviços de acolhimento, atendimento e proteção às mulheres vítimas de violência, como o CAM e a Casa Abrigo Canto de Dália. Além de manter estes Serviços, a Secretaria da Mulher desenvolve projetos de geração de renda e cumpre o importante papel de articular demais políticas públicas com vistas à prevenção da violência, ao combate às desigualdades de gênero e à promoção da autonomia das mulheres.

Destacamos que a medida vai na contramão dos recentes avanços, uma vez que, em nível estadual e nacional, contamos com diretrizes e recursos específicos para políticas públicas nesta área. Em consonância com essas diretrizes, o município de Londrina dispõe de um Conselho dos Direitos das Mulheres, um fundo municipal específico e um Plano Municipal de Políticas para as Mulheres, mecanismos que possibilitam a captação de recursos e a gestão transparente destas políticas públicas.
Diante disto, e considerando a urgência de fazer frente às persistentes desigualdades de gênero e à gravidade da violência que acomete, cotidianamente, meninas e mulheres, a Rede Feminista de Saúde RFS-PR e as demais entidades que subscrevem se manifestam contra a decisão do Prefeito Tiago Amaral que, entendemos, invisibiliza a Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres de Londrina e, com isso, fragiliza diretamente a execução de políticas públicas para meninas e mulheres. Não podemos retroceder nos direitos das mulheres enquanto os dados demonstram que há, ainda, tanto a avançar!

Subscrevem esta nota:
Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros – ABENFO
Associação Mulheres EIG – Evangélicas pela Igualdade de Gênero – Regional PR
Ação da Mulher Trabalhista – AMT Curitiba
APP – Sindicato
Casa da Resistência
Central Única dos Trabalhadores – CUT Paraná
Centro de Formação Urbano Rural Irmã Araújo – CEFURIA
Coletivo Cássia
Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro do Partido Comunista Brasileiro – CFCAM PCB
Coletivo de Mulheres do PT de Curitiba
Coletivo de Mulheres do Senge Paraná
Comando Feminista Coritibano
Frente Feminista de Londrina
Frente pela Legalização do Aborto – FEPLA/PR
Grupo de Pesquisa e Estudos sobre Gênero, Saúde e Equidade/Departamento de Saúde Coletiva da UEL
Levante Popular da Juventude – Paraná
Liga Brasileira de Lésbicas – LBL
Luta Antimanicomial/PR
Mandato Deputada Federal Carol Dartora
Mandato Deputado Estadual Arilson Chiorato
Mandato Vereador Angelo Vanhoni
Mandato Vereadora Lenir de Assis – PT Londrina
Mandato Popular Vanda de Assis
Marcha Mundial das Mulheres – MMM
Marmitas da Terra
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST
PDT – PR
Promotoras Legais Populares – PLPs Curitiba e Região Metropolitana
Promotoras Legais Populares – PLPs Perifa
Rede Mulheres Negras – RMN – PR
Rede Unida
Revolução Socialista (PSOL) PR
Secretaria de Mulheres do PCdoB/PR
Sindicato dos Bancários de Londrina e Região
Sindicato dos bancários e financiários de Curitiba e Região
Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Londrina e Região
Sindiedutec – NSB Curitiba
SINDIJUS – PR
SINDIPETRO – PR
SINDIPROL/ADUEL
SINPROSMAT
Sindicato dos Professores e Servidores Municipais de Almirante Tamandaré
União da Juventude Socialista de Curitiba – UJS
União Paranaense dos Estudantes – UPE
União Paranaense dos Estudantes Secundaristas – UPES
União Brasileira de Mulheres – UBM/ Paraná
União de Pais pelo Autismo – UPPA
Vereadora Giorgia Prates – MandatA Preta

Laboratório de Estudos de Feminicídios – Londrina

Para aderir a nota envie um email para: redefeministasaudepr@gmail.com

A Rede Feminista de Saúde divulga o estudo “Estupro de Vulnerável: Caracterização de Crianças Mães no Brasil em 2022” uma atualização do estudo original realizado em 2021 referente ao decênio 2010-2019. Considerando os casos como estupro de vulnerável, a pesquisa tem como objetivo analisar indicadores da saúde de meninas de 10 a 14 anos, como a Razão de Mortalidade Materna e a Taxa de Natalidade. O estudo sobre meninas mães no Brasil em 2022 revela dados importantes: houve uma queda nas gestações entre meninas de 10 a 14 anos, mas as desigualdades regionais e étnicas ainda são preocupantes. A mortalidade materna entre essas meninas é muito alta, e a maioria são negras e indígenas, das regiões Norte e Nordeste, como mostra o infográfico:

A violência sexual contra meninas é um problema de saúde pública que requer compromisso político e responsabilidade coletiva para o enfrentamento.

Para mais informações, acesse o estudo atualizado aqui.

Realização: Rede Feminista de Saúde
Apoio: Anis – Instituto de Bioética, Cladem, Coletivo Feminista de Saúde, Grupo Curumim, Sos Corpo – Instituto Feminista para a Democracia

Contato
E-mail: redefeministasaude.com@gmail.com
Instagram: @redefeministadesaude
Site: https://redesaude.org.br/

28 DE MAIO, um dia em que toda a população deveria  parar  e se perguntar como está a saúde das mulheres cis e pessoas com útero em nosso país. E por que tantas ainda morrem durante a gestação, parto e pós-parto? 

Em 1984, na Holanda, o 4º Encontro Internacional Mulher e Saúde, identificou a Mortalidade Materna como prioridade na saúde das mulheres e na saúde pública. O Encontro então estabeleceu o dia 28 de maio como o DIA INTERNACIONAL DE LUTA PELA SAÚDE DA MULHER.

Em 1984, o governo brasileiro também se alinha às pressões Internacionais e internas, das feministas e dos movimentos de mulheres, criando o PAISM – Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher. Pela primeira vez na história da saúde pública as mulheres cis deixavam de serem vistas apenas como gestantes e nutriz. Em 2004 o PAISM é reformulado e oficializado como Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher – PNAISM,  considerando a mulher cis e pessoas com útero nas várias etapas da vida. Assim, prevê ações diversas e integradas pelo sistema de saúde como a educação sexual, a anticoncepção, o acesso ao aborto previsto no Código Penal, a prevenção do câncer ginecológico e das infecções transmitidas por via sexual, o enfrentamento aos riscos decorrentes das condições de trabalho, ao sofrimento mental e aos desconfortos do climatério (período que compreende as alterações hormonais que antecedem o fim do ciclo menstrual).

          A promulgação da Constituição de 1988 e a criação do SUS ampliaram os serviços de atenção básica. Nos municípios a Estratégia de Saúde da Família- ESF com o fornecimento de programas de planejamento reprodutivo e a existência de núcleos multiprofissionais de apoio às ESF promoveram nítidas mudanças nas vidas reprodutivas de mulheres cis e pessoas com útero. Políticas de saúde específicas para determinados grupos sociais e agravos, estabeleceram o atendimento à diversidade da população. Assim, incluindo-se as mulheres em suas diferentes necessidades, como negras, indígenas, com deficiência, vítimas de violência doméstica e de gênero.

            O objetivo 3.1 dos ODS/ONU estabelece que até o ano de 2030 as mortes maternas (MM) devem ser reduzidas para 30 mortes a cada cem mil nascidos vivos (NV). Na última década, esse indicador no Brasil ficou entre 60 e 70 mortes por cem mil NV, mas aumentou exponencialmente durante a pandemia: chegando a a 117 mortes maternas por cem mil NV. Há uma profunda desigualdade regional no país em relação à mortalidade materna, assim como a influência do fator racismo aumentar o risco de morter para mulheres cis e pessoas com útero negras: em 2022 o índice foi de 100 MM por cem mil NV entre as mulheres cis e pessoas com útero negras, 50 mulheres cis e pessoas com útero pardas e 45 para mulheres cis e pessoas com útero brancas.

            Nesses 40 anos decorridos desde o PAISM, nós, mulheres cis e pessoas com útero da Rede Nacional Feminista de Saúde Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos e centenas de outras organizações feministas, travamos inúmeras batalhas pela implantação e ampliação dos programas existentes, atuando na imprensa, no Congresso, nos conselhos e conferências de saúde e junto aos movimentos sociais. 

Neste 28 de maio reinvidicamos uma melhora efetiva nos serviços de saúde para as gestantes e parturientes: capacitação profissional, com monitoramento de indicadores de boas práticas x violência obstétrica, enfermeiras obstetras em todas as maternidades para mudar o  modelo de atenção ao parto no Brasil, medidas para redução imediata das taxas de cesariana desnecessárias, intervenção em maternidades com alta mortalidade materna, monitoramento e combate ao racismo, maior acesso a anticoncepção com métodos seguros, descriminalização aborto para evitar as mortes por abortos inseguros e garantia de controle social efetivo nos Comitês de Prevenção de Mortalidade Materna.

            Cabe a nós, dos movimentos populares e sindicais, persistirmos na fiscalização dos serviços oferecidos pelo SUS em cada Município, participando das conferências e conselhos de saúde, e dos Comitês. E reivindicando  a criação de Secretarias de Políticas para Mulheres onde ainda não existe. 

            28 de maio de 2024.

A Rede Nacional Feminista de Saúde Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos, através da sua Regional no Rio Grande do Sul (RFS RS), vem manifestar e informar sobre a situação de calamidade social e climática no estado.

Todo o país sabe da situação de calamidade pública no Rio Grande do Sul (RS), o desastre, que tem mobilizado o país com doações e movimentações para resgate de pessoas que seguem ilhadas, começou na última sexta-feira (3). As tempestades dos últimos dias colocaram os níveis dos rios e barragens de diversas regiões em estado crítico. Até o momento,85% dos municípios gaúchos foram afetados.

Uma semana após a primeira morte registrada, a inundação do RS já faz parte da lista de maiores tragédias causadas pelas chuvas no país. O número de pessoas mortas, feridas, desaparecidas, desabrigadas, fora de suas casas ou em abrigos é constantemente atualizado, visto que ainda não há acesso a alguns locais. Estima-se que o temporal tenha atingido pelo menos 1,4 milhão de pessoas. O estado está em alerta com a chegada de uma frente fria nos próximos dias, provocada por um ciclone extratropical. Além da previsão de ventos fortes e alto volume de chuva até domingo, a temperatura pode cair bruscamente e registrar 5 graus.

O que está acontecendo no estado hoje é a nossa nova realidade e não uma “triste exceção”.

O RS, pela sua localização geográfica, é particularmente sensível aos fenômenos naturais como El Niño e La Niña. É relativamente comum a alternância de secas e chuvas intensas na região e o aquecimento global, potencializado pelo desmatamento vem piorando isso.Cientistas já previram isso há algum tempo e essa nova realidade não deveria nos surpreender. No ano passado, o RS já tinha sido o estado com o maior número de decretos de situação de emergência e de calamidade pública relacionados à chuva no Brasil. As tragédias consecutivas que se acumulam desde de 2023 não se deram por falta de aviso.

Ontem estava ruim, hoje está péssimo e amanhã deve ser horrível.

Estamos vivendo uma situação em que não é possível entrar ou sair de algumas cidades que ou estão completamente alagadas ou soterradas ou sendo evacuadas constantemente. Precisamos urgentemente de ajuda!

Importante salientar que as pessoas mais afetadas no RS são historicamente negligenciadas e já necessitavam de muito apoio e políticas efetivas. A conjuntura da crise climática trouxe o agravamento destas situações de desproteção social.

Os territórios que hoje são afetados pela água são atravessados por falta de políticas públicas efetivas, o que neste momento, se agrava e intensifica.

Há preocupação com o aumento da violência contra mulheres e meninas, como ocorreu na pandemia, e costuma ocorrer em todas as crises sanitárias, climáticas, desastres e guerras. As integrantes da RFS RS tem acompanhado relatos das regiões afetadas que estão sendo assoladas por inúmeros problemas, tais como: falta de água e luz em residências e espaços públicos, bem como, em hospitais; a disseminação de fake news; crianças e adolescentes estão passando por eventos traumáticos, separados das famílias por uma desorganização e falta de planejamento de cuidado e atenção; situações de violências diversas (furtos, roubos, etc.); violência de gênero nos abrigos, tais como, assédio e violência sexual.

O CEDIM do RS já denunciou que nos abrigos criados emergencialmente vem ocorrendo casos de violência de gênero, como assédio e violência sexual, em razão da precariedade desses espaços e da ausência de protocolos, além da improvisação. Foram realizadas prisões em diferentes abrigos na região metropolitana de Porto Alegre, com vítimas menores de 18 anos. Alguns dos estupros relatados eram de relações de homens adultos em “união estável” com as meninas de 10 e 12 anos1, realidade perversa que há muito tempo nós, do movimento feminista, temos denunciado. Várias cidades já organizam abrigos apenas para mulheres e crianças.

Tem meninas sendo estupradas em abrigos, tem mulheres sem acesso a aborto legal e sem rede de apoio, tem mulheres em situação de violência que perderam a rede de proteção, proteger as mulheres e meninas é urgente!

A Defensoria Pública do Estado do RS e os Conselhos Tutelares dos municípios atendidos, estão à frente do cuidado das crianças e adolescentes buscando centralizar as informações para manter os vínculos familiares que são fundamentais neste momento.

Os serviços de acolhimento institucional que se encontram nos territórios afetados, estão agindo de forma urgente e emergente. Temos relatos sérios e seguros de que as crianças e adolescentes que precisaram ser deslocados por mais de duas vezes para encontrar territórios seguros e confiáveis, precisam urgentemente de lanternas, leite, fraldas e brinquedos, para que sigam o trabalho de cuidado e atenção. São serviços fundamentais para a atenção das famílias atingidas.

Os abrigos devem garantir banhos e materiais de higiene, mas também precisam de calcinhas (doações novas ou higienizadas), absorventes higiênicos, testes de gravidez, contraceptivos, preservativos e fraldas.

A realidade se impõe.

A crise climática precisa ser o foco das políticas públicas, dos planos econômicos e dos planejamentos estratégicos de infraestrutura. As cidades terão de ser reconstruídas e não dá para fazer as obras e as políticas públicas do jeito que elas sempre foram feitas. É preciso considerar que o clima é outro. Assim como não dá mais para eleger pessoas que não tenham como diretriz estruturar o país, os estados e municípios para proteger suas populações do que está por vir, sempre com base na ciência.

Que essa tragédia terrível esteja nas mentes de todas, todos e todes nós nas próximas eleições.

É pela vida das mulheres, das meninas e de pessoas que gestam!

Rede Nacional Feminista de Saúde Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos

Porto Alegre, 9 de maio de 2024.

1 https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2024/05/08/estupros-abrigos-prisoes-chuvas-rs.htm

A Rede Feminista de Saúde vem ao público divulgar os resultados do seu mais recente estudo, intitulado “Estudo meninas mães 2023: atualização da análise de dados do SINASC/DATASUS 2021 para o estudo original da década 2010-2019”. Este estudo representa um marco significativo na área de estupro de vulnerável e gravidez infantil e oferece novas perspectivas sobre o panorama da situação de meninas entre 10 e 14 anos que tiveram um bebê nascido vivo no Brasil em 2021, bem como dois outros indicadores importantes de saúde gestacional nessa faixa etária: a taxa de morte fetal e a razão de morte materna (RMM). O estudo também menciona a comparação com dados anteriores e destaca algumas questões preocupantes.

O estudo utilizou a metodologia quantitativa e analisou os dados primários extraídos em 2021 do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (SINASC/DATASUS), o que permitiu a obtenção de conclusões relevantes.

Entre os principais resultados do estudo, destacam-se:

A taxa de meninas mães no Brasil em 2021 foi de 0,6% em relação ao total de partos de nascidos vivos. Isso representa uma preocupação significativa, especialmente porque a tendência de redução observada na década anterior parece ter diminuído, isto significa, não houve redução significativa em comparação com 2020.

Houve variações significativas por estado e região, com aumento de casos em alguns estados, como Espírito Santo, Amapá e Tocantins, enquanto outros estados tiveram redução. A tendência geral desde 2010 é de redução, mas essa redução é mais lenta nas regiões Norte e Nordeste em comparação com o Sul e Sudeste.

Óbito Fetal

O estudo menciona taxas de óbito fetal mais altas entre meninas mães em comparação com mulheres de todas as idades. Isso levanta questões sobre a qualidade da assistência pré-natal e as condições de saúde das meninas durante a gravidez.

Mortalidade Materna

A taxa de mortalidade materna entre meninas de 10 a 14 anos, destacando que a taxa de morte materna para todas as idades foi maior do que para meninas mães em 2020 e 2021, especialmente nas regiões Norte e Centro-Oeste.

Raça/Etnia

Há uma análise sobre a raça/cor das meninas mães, destacando que a maioria delas é negra (pretas e pardas), seguida por indígena, com porcentagens ainda maiores nas regiões Norte e Nordeste. A falta de informações precisas sobre raça/cor nos registros é mencionada como um problema. Sugere-se que os registros deveriam incluir informações sobre raça/cor para permitir análises mais detalhadas.

Estado Civil

A maioria das meninas mães se declara solteira, mas o estudo supõe que algumas delas podem ter se casado ou unido devido a pressões externas, levantando preocupações sobre casamento infantil.

Escolaridade

Embora o estudo considere um aumento na escolaridade das meninas mães em 2020, os dados de 2021 apontam para um cenário mais complexo, com um número significativo de meninas com baixa escolaridade.

Acesso à Saúde Sexual e Reprodutiva

O acesso ao pré-natal melhorou ligeiramente em 2021, mas ainda há um número preocupante de meninas que chegam ao parto sem nenhuma consulta pré-natal ou com um número insuficiente de consultas. 

Peso ao Nascer

A pesquisa destaca que uma porcentagem significativa de bebês nascidos de meninas mães têm baixo peso ao nascer, com variações por região. 

Outros Indicadores Importantes

São mencionados indicadores adicionais, como prematuridade, taxa de cesariana e gestações múltiplas.

Esses achados têm implicações significativas para a prevenção da violência sexual e promoção da saúde, direitos sexuais e reprodutivos das meninas. É esperado que o estudo alcance grande interesse na comunidade acadêmica e notoriedade para gestão e aplicabilidade das políticas públicas de saúde e direitos humanos, sexuais e reprodutivos de meninas. 

A Rede Feminista de Saúde a acredita que este estudo contribuirá para o avanço do conhecimento em estupro de vulnerável e gravidez infantil no Brasil estimulará pesquisas futuras nessa área. Os detalhes completos do estudo podem ser encontrados neste link. E o estudo completo pode ser acessado aqui.

Para perguntas ou mais informações sobre o estudo, entre em contato com:

Lígia Cardieri – Secretária Adjunta

E-mail: ligiacardieri@gmail.com 

Telefone/WhatsApp: (41) 99786-113

Rede Nacional Feminista de Saúde

E-mail: redefeministasaude.com@gmail.com 

Instagram: @redefeministadesaude 

Site: https://redesaude.org.br/ 

No dia 24 de maio de 2023, em Florianópolis, no estado de Santa Catarina, foi realizada a Assembleia Geral Ordinária da Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos (RFS). Conforme edital, a pauta tradada foi: a) Eleger e empossar novo Conselho Diretor para mandato de dois anos, renováveis por mais dois anos; b) Eleger e empossar Secretária Executiva e Secretária Adjunta, para o mandato de quatro anos renováveis por mais dois anos; c) Eleger o Conselho Fiscal para mandato de dois anos, renováveis por mais dois anos; d) Diretrizes para planejar as atividades e parcerias da Rede Feminista de Saúde.

A data foi escolhida por contemplar as ações de maio pela saúde das mulheres, considerando que dia 28 deste mês marca o Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e Dia Nacional de Redução da Morte Materna. Quanto ao local, a definição por Florianópolis foi pelo reconhecimento da Associação Casa da Mulher Catarina como uma organização comprometida com o fortalecimento da RFS desde sua fundação.

A história da RFS e de suas integrantes pode ser acessada na série “Histórias Feministas – 30 anos da Rede Feminista de Saúde” da Rádio Feminista de Saúde: https://open.spotify.com/show/38WqJ2QY2epTMcjpJCaqGG?si=1579a978a46f4a21&nd=1.

A Secretária Executiva do biênio 2021-2023, Lígia Cardieri, presidindo a assembleia de forma virtual, fez abertura do encontro, apresentando em seguida as integrantes da Comissão Eleitoral, composta pelas filiadas da RFS do estado de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Não faltaram elogios a Lígia, por sua dedicação incondicional à organização.

Nesta Assembleia, representantes das regionais e pontos focais que estavam presentes fizeram uso da palavra expondo o balanço da conjuntura regional, avanços e desafios na atuação. Houve manifestações das seguintes regionais: Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Paraná e do ponto focal de São Paulo. Após as manifestações, foi realizado balanço das representações nacionais e internacionais da Rede Feminista de Saúde, com a manifestação das integrantes do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, Plataforma Dhesca, Rede de Saúde das Mulheres Latinoamericanas e do Caribe – RSMLAC, Comitê GEA, entre outros espaços de representação.

Foram eleitas as/es integrantes da Rede Feminista de Saúde para compor o CONSELHO DIRETOR, mandato de 25/05/2023 a 25/05/2025:

Raiz Policarpo, Regional MG
Liliam Marinho, Ponto Focal BA
Camila Daltoé, Regional PR
Juliana de Almeida Furlan, Regional PR
Maria do Espirito Santo Tavares dos Santos, Regional RJ
Juçara Portugal Santiago, Regional RJ
Maria de Fátima Matos Silva, Regional PA
Estela Marcia Rondina Scandola, Regional MS
Maria Beatriz Almeidinha Maia, Regional MS
Eliane Kalmus, Ponto Focal São Paulo
Vera Daisy Barcellos, Regional RS
Rosaura de Oliveira Rodrigues, Regional SC
Sheila Regina Sabag Kostin, Regional SC,

SECRETARIA EXECUTIVA, mandato de 25/05/2023 a 25/05/2027,
Leina Peres Rodrigues, Secretária Executiva
Lígia Aparecida Correa Cardieri, Secretária Adjunta

CONSELHO FISCAL, mandato de 25/05/2023 a 25/05/2025,

Lucélia Gomes da Silva, Regional RS
Clair Castilhos Coelho, Regional SC
Maria Dirlene Trindade Marques, Regional MG

Leina conduziu o encerramento do encontro, convidando as Regionais e Ponto Focal presentes para fazer uso da palavra e pontuar o planejamento para o novo mandato. Quais os nossos maiores desafios e como enfrentá-los?

Diversas ponderações foram feitas e apresentadas sugestões para a nova gestão, abrindo o debate para que as participantes colocassem em discussão as diretrizes para planejar as atividades e parcerias da RFS. Leina lembrou as presentes da necessidade de se avaliar a conjuntura e cenários possíveis quanto aos aspectos políticos, administrativos, financeiros, projetos, editais abertos e possibilidades de novas parcerias para participação e visibilidade da Rede Feminista de Saúde.

Após debate, concluiu-se por:
a) Fortalecer a presença da RFS nas articulações, dentre elas: RSMLAC, Plataforma Dhesca, Frente Nacional contra a Privatização da Saúde, Frente Nacional contra Criminalização das Mulheres e pela Legalização do Aborto, Conselhos Nacional, Estaduais e Municipais de Direitos Humanos, das Mulheres e de Saúde;
b) Intensificar esforços para elaboração de projetos para as atividades da RFS;
c) Retomar e atualizar os canais de comunicação da RFS;
d) Entregar relatórios das atividades realizadas pelas Regionais;
e) Reformular o estatuto;
f) Revisar a logomarca.

Para saber mais como foi a Assembleia confira os registros fotográficos na Galeria de Fotos aqui no site: e
https://www.redesaude.org.br/galeria-de-fotos/?album=1000003499&album_ses=1#aigpl-album-gallery-1

Acesse, também, os vídeo produzidos pelo GT de Comunicação da RFS, no Youtube:

Como é a atuação da RFS em sua regional?
https://youtu.be/HkfbpP7K6I8

Qual pauta é fundamental na atuação da RFS neste biênio 2023-2025?
https://youtu.be/ZmYLAuhRGkU

Vida longa a Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos!

A Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos esteve ao lado da Anis – Instituto de Bioética, Campanha Nem Presa Nem Morta, Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde, Grupo Curumim Gestação e Parto, Portal Catarinas e Organização Criola na realização da atividade autogestionada “Justiça Reprodutiva para Barrar a Violência de Gênero” durante a 17ª CNS que aconteceu de 02 a 05 de julho no Centro Internacional de Convenções do Brasil – CICB em Brasília (DF).

A atividade teve como objetivo contribuir para a reflexão e o diálogo sobre a Justiça Reprodutiva como questão fundamental para o combate à violência de gênero, especialmente, a violência sexual contra meninas, mulheres e pessoas com a capacidade de gestar. As contribuições das palestrantes e participantes foram fundamentais para o enriquecimento da atividade, culminando na proposta de uma carta-manifesto sobre Justiça Reprodutiva na 17ª CNS. 

A partir da atividade, também foi elaborado um relatório que pode ser acessado na íntegra aqui.

✊🏿✊🏾✊🏼 Pela Saúde, Direitos Humanos e Justiça Reprodutiva!